Lendo o livro “O caminho do artista”, me deparei com um exercício interessante. Segundo a autora, um dos bloqueios criativos que muitos artistas sofrem tem a ver com o relacionamento deles com o dinheiro. Como assim?
O fato de gastarmos (ou guardarmos) o dinheiro da forma que fazemos tem muito a ver com a ideia que temos sobre o dinheiro.
Ideias que foram construídas ao longo dos anos com as nossas experiências, as lições (principalmente dos pais) e com o que aprendemos com a mídia em geral.
É algo tão natural que nunca paramos para refletir a respeito. Mas os efeitos dessa reflexão são surpreendentes.
Por exemplo, uma pessoa que no passado teve alguma experiência ruim com pessoas com um poder aquisitivo maior, foram humilhadas e desprezadas, pode ter criado uma imagem de que muito dinheiro corrompe as pessoas ou que pessoas com muito dinheiro são más.
Essa imagem foi criada muito antes da pessoa efetivamente ganhar dinheiro, mas ficou lá escondida no subconsciente.
No futuro, porém, essa pessoa acaba se sabotando financeiramente , pois a imagem dela ganhando mais dinheiro do que ela acha que merece remete a uma imagem negativa, como se estivesse indo para o lado negro da força.
Sem uma reflexão sincera sobre o relacionamento com o dinheiro, essa pessoa acha que está tomando decisões racionais, mas no fundo são sentimentos guardados e ela age sem perceber.
No meu caso, por exemplo, em umas das meditações percebi que o meu relacionamento com o dinheiro gira em torno do que sempre escrevo: Liberdade. Olhando o passado, vejo que a necessidade de ganhar dinheiro e pagar as contas tirou muito o poder de decisão, a liberdade de escolha. Na minha cabeça, esse é o caminho que eu tento evitar, a dependência mais do que a riqueza em si.
Para outras pessoas, porém, o objetivo pode ser outro: riqueza, fortuna, status. Os modelos de sucesso são outros.
E a beleza da vida é que não tem nada de errado com nenhuma das visões. Cada pessoa terá objetivos e ambições diferentes, porque os valores construídos são diferentes
Como disse bem Morgan House, no excelente livro “A psicologia Financeira”:
“Nem sempre fazemos o que deveríamos quando o assunto é dinheiro… Só que ninguém é maluco - todo mundo toma decisões com base em experiências pessoais, singulares, que parecem fazer sentido em um determinado momento.”
O problema é que sem essa reflexão, podemos seguir um caminho que todos falam que é o certo, mas que é contra os seus valores.
Ou não conseguimos controlar nossas finanças pelo fato de termos um relacionamento conflitante com o dinheiro e precisamos ter uma conversa séria e sincera com nós mesmos.
O maluco não é seguir um caminho diferente, o maluco é não saber qual o seu caminho.
Reflita!
Para ajudar, complete as frases:
1 - Pessoas com muito dinheiro são:
2 - O dinheiro torna as pessoas:
3 - Na minha família,o dinheiro causava:
4 - Lembro de uma pessoa com muito dinheiro, sempre achei essa pessoa:
5 - Temo, que se tivesse muito dinheiro, eu iria:
6 - O dinheiro causa:
7 - Meu pai acha que o dinheiro é:
8 - Minha mãe acha que o dinheiro é:
Um exercício que pode ser desconfortável, pois pode mexer com traumas passados, pode matar algumas “verdades” que seus pais sempre falaram sobre dinheiro, pode ser um tapa na cara para você encarar a realidade.
Mas é uma pergunta que você precisa responder para você mesmo: Qual é o sua relação com o dinheiro?
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