gelsontk
13 de mar de 20222 min
Outro dia, levei meu filho ao dentista, mas antes da consulta preciso preencher uma ficha cadastral. Nome, telefone, endereço e Onde você trabalha? (o que isso tem a ver com o dente do meu filho?)
Encontrei um amigo que faz tempo que não vejo, perguntamos se está tudo bem com a família e, logo em seguida, vem a pergunta: E você, onde está trabalhando agora?
É engraçado como essa pergunta faz parte da nossa rotina.
Hoje em dia ainda não sei direito como responder, falo que ainda estou no meu período sabático (que dá a impressão que não quero falar que sou desempregado rs).
Lendo “Trabalhe 4 horas por semana”, Tim Ferris também expõe esse desconforto (UFA! Tamo junto, Tim):
“Nunca gostei de responder a essa pergunta de coquetel (“Então, o que você faz?”) porque ela reflete uma epidemia da qual eu fiz parte por muito tempo: a descrição do seu emprego ser a descrição de você mesmo.”
Woow!
Realmente é impressionante como o emprego está relacionado à nossa pessoa.
No livro “O otimista racional” (que ainda estou lendo e recomendo), o autor Matt Ridley mostra como a especialização do trabalho foi uma das alavancas de prosperidade dos homosapiens.
A especialização do trabalho, deu mais tempo para as pessoas que não precisavam fazer todas as tarefas (plantar, colher, explorar, fabricar, caçar). Elas podiam focar em uma atividade e trocar por um bem ou um serviço. A especialização foi a chave para o crescimento das cidades.
E acabou virando parte integrante do nosso eu. João, o barbeiro. Pedro, o açougueiro, Maria, a cozinheira. De lá para cá pouca coisa mudou nesse aspecto. Só criamos a profissão de consultor, que é tipo um coringa e ninguém sabe o que ele faz (é também a resposta que uso nas fichas cadastrais).
Mas será que o nosso trabalho realmente define mesmo quem somos?
Uma solução proposta por Tim Ferriss é responder “Sou distribuidor de drogas!”. Segundo ele, a conversa tende a acabar em poucos minutos. Tentarei essa da próxima vez rs.
Assim como Tim Ferriss, irei mudar a minha abordagem.
Começarei a falar coisas diferentes a cada vez que alguém me perguntar: escritor, blogueiro, investidor, dono de casa, faxineiro, babá, investidor, designer de camisetas, artista, gerador de conteúdo, copywriter, consultor (rs), desempregado, autônomo e o que mais gosto ultimamente, mini-aposentado (leia o post de "Trabalhe 4 horas por semana")
Não sei se ter tantas opções é o caminho certo, mas sem dúvida é uma alternativa muito mais divertida para quando alguém perguntar: Onde você trabalha?
Ler mais livros é compartilhar conhecimento.
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