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Blog para compartilhar conhecimento, bons livros, reflexões e aprendizados

Conteúdo para quem procura ter uma vida mais produtiva, criativa e intencional

Atualizado: 1 de ago. de 2022

Em 1988, o Parque de Yellowstone nos Estados Unidos foi devastado por um grande incêndio, queimando cerca de 36% de todo o parque. Investigações posteriores concluíram que o maior causador do incêndio foi a política de controle de incêndios do parque.

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Isso mesmo. Com a boa intenção de controlar incêndios, os guardas eram instruídos a apagarem qualquer pequeno incêndio que aparecesse, seja causado por humanos ou pela própria natureza.


Sem saber, essa política fez com que a floresta se tornasse mais densa com árvores mais velhas, o que tornou o “contágio” do incêndio em 1988 inevitável.


O interessante de tudo isso é que um modelo extremamente simples conseguiu explicar e ajudar a evitar incêndios florestais.

Fonte: livro Lunáticos
Fonte: livro Lunáticos

Um diagrama XY, onde o eixo X é a viralidade do ambiente (velocidade do vento, umidade do solo, umidade do ar) e o eixo Y é a densidade de árvores.


A partir de uma linha, os incêndios se apagam sozinhos, mas a partir de um limiar, o fogo pode se espalhar e sair do controle. O ponto crítico é saber quando a floresta está chegando nesse limite, na transição de fase.


Hoje em dia, a política florestal usa estratégias para deixar a floresta abaixo dessa fase de transição, colocando até fogo em algumas áreas da floresta (incêndio prescrito).


E um dos indicativos de que a transição está perto é a frequência de incêndios começa a se alterar, respeitando uma regra proporcional ao tamanho do incêndio.


Estudos mostram que esse tipo de comportamento é característico de sistemas complexos. Além de conseguir explicar o comportamento do fogo se alastrando, também consegue explicar o movimento do mercado financeiro.


Esse case do incêndio em Yellowstone é descrito no livro "Lunáticos" de Safi Bahcall (recomendo muito a leitura).


Apesar dele comentar sobre a aplicação no mercado financeiro, ele não explica muito a sua aplicação prática.


Mas é inevitável não olhar o cenário macroeconômico e financeiro e não pensar nas implicações desse modelo, principalmente pelos sinais de transição de fases.


Em sistemas complexos, a transição é onde começam a acontecer coisas imprevisíveis. É exatamente como a transição de fase da água para o gelo. No limiar da temperatura, existe água líquida e sólida no mesmo espaço, mas é altamente instável, qualquer vento pode congelar tudo.


Como na floresta, a frequência de eventos de cauda longa começam a aumentar quando vamos nos aproximando da transição.


Ultimamente, temos visto variações cada vez mais “raras” no mercado acionário (principalmente no mercado americano), volatilidade alta, altas de mais de 4% seguidas de quedas da mesma proporção.


Se o mercado já virou para uma queda brusca ou vai voltar a subir, não sei dizer e ninguém sabe (é a resposta do milhão), mas uma coisa é certa, estamos em cima da fase de transição.


Saber disso, nos ajuda a ter a mentalidade certa e preparar o estômago para as chacoalhadas que irão acontecer.


E se não estiver preparado, o melhor é sair do jogo porque o negócio pode, literalmente, pegar fogo.logo logo… Ou não.


Ficam algumas reflexões para você:

Quais dimensões (eixo X e Y) que realmente impactam o mercado financeiro?

Onde o FED conseguiria mexer, por exemplo, para afastar o mercado da linha de transição?

O que aconteceria com a sua carteira se a floresta pegar fogo?

Você está posicionado para surfar se o incêndio for controlado?


Questione-se! Boas leituras e bons invenstimentos.

Livros para os questionadores



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Após um trágico acidente de carro, um menino de 10 anos perde o braço esquerdo. Depois de algum tempo, o pai o coloca em uma aula de judô para tentar melhorar a auto-estima do menino.

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O sensei percebe que o menino é aplicado e ensina o primeiro arremesso para o aluno. Ele treina dia e noite. Depois de muito treino, ele fala para o sensei:

- Sensei, eu tenho treinado muito esse mesmo movimento. Eu acho que estou pronto para aprender outro.


O sábio mestre então responde:

- Esse é o único movimento que você precisa saber.


Para não decepcionar o mestre, ele continua treinando o mesmo golpe. O menino então tem a chance de participar do seu primeiro torneio.


Surpreendentemente, ele ganha a primeira luta, mesmo sem um dos braços. Então, ganha a segunda e a terceira. O resultado é muito mais do que ele esperava.


Até que ele chega na final contra um menino muito mais experiente, campeão de outros torneios, quase o dobro do seu tamanho. Os juízes falam em cancelar a luta e dar a medalha de segundo colocado para o menino, mas o sensei insiste em continuar.


O oponente é forte e tenta de todas as formas derrubar o menino. Até que uma hora ele se cansa e dá uma brecha para que o menino encaixe o golpe que ele tanto praticou. IPPON! O menino leva o troféu de campeão.


Após a comemoração, o menino então pergunta ao seu mestre:

- Como eu ganhei o torneio competindo com outros meninos experientes sabendo apenas um movimento?


- Dois motivos - responde o sensei - Primeiro, você realmente dominou um dos movimentos mais difíceis do Judô. E segundo, a única defesa para esse golpe é agarrar o braço esquerdo do oponente.


A adversidade do menino se tornou a sua própria solução.


Trecho retirado do livro “Future proofing you” de Jay Samit que nos faz refletir sobre como ficamos lamentando nossos problemas sem enxergar as oportunidades que aparecem.


Às vezes, o obstáculo é o caminho.

Livros para os questionadores



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  • 10 de jul. de 2022
  • 3 min de leitura

Metade do ano se foi e como é de costume, irei indicar os 5 melhores livros que li até agora. No total foram 16 livros novos e algumas releituras que viraram resumos visuais.

Melhores livros 2022

A temática predominante do semestre foi TRABALHO CRIATIVO, com 5 livros, seguido de investimentos (3 livros) e inovação (3 livros).


Mas dentre eles, os 5 melhores foram:


1. O pequeno livro dos magos do mercado financeiro (Jack D. Schwager)

Lições de uma série de entrevistas de Jack Schwager com os maiores investidores do mundo. Um prato cheio para quem quer construir e melhorar a sua estratégia de investimentos.


De forma objetiva, Schwager elenca pontos críticos para todos os investidores, citando exemplos comprovados com trechos retirados das suas entrevistas.


Após ler esse livro, fiquei com vontade de aprofundar a leitura com os outros livros da série “Os magos do mercado”.


Se o livro é bom, ele sempre deixa essa sensação de querer ler os outros. Ponto para Schwager.

2. Black Box Thinking (Matthew Syed)

Matthew mostra a importância de mudarmos a nossa visão com relação ao erro. Como essa mudança de perspectiva contribui para criarmos sistema mais “antifrágeis”.


Traz exemplos de como o fato de aceitar e identificar os erros gera inovação. E como tentar esconder os erros pode levar a problemas sérios, muitas vezes em mortes que poderiam ser evitadas, como acontece no sistema de saúde.


Um livro que demorei para ler porque ele trata de temas pesados, mortes em hospitais e julgamentos de homicídios, por exemplo. Temas difíceis de ler logo cedo ou antes de dormir.


Mas de qualquer forma, há muita coisa interessante sobre a psicologia humana e a nossa relação com o ERRO. Vale o sacrifício.

3. A incrível viagem de Shackleton (Alfred Lansing)

História dos sobreviventes de uma expedição feita em 1914 com o objetivo de cruzar a Antártida por terra. Mas após a embarcação Endurance ficar presa no gelo, eles são obrigados a abandonar o barco.


Sem comunicação e nenhuma equipe de apoio, precisam sobreviver ao frio extremo para buscar uma forma de voltar à civilização.


História muito tensa que irá fazer você repensar suas adversidades. Perto do que esses caras passaram, aposto que o seu stress com coisas do dia a dia é fichinha.

4. Bird by Bird (Anne Lammot)

Anne Lamott é escritora e professora e resolveu colocar suas aulas sobre a escrita nesse livro.


De forma bem humorada e com histórias pessoais, ela mostra as principais dificuldades e bloqueios da vida criativa, focada principalmente na jornada do escritor.


Mostra que a realidade é muito diferente das expectativas, mas que se sua paixão é escrever, todo o sacrifício vale a pena.


Dos livros sobre o tema, foi uma das leituras mais prazerosas.

5. O Otimista Racional (Matt Ridley)

Difícil escolher o melhor livro do semestre, mas acho que escolheria O Otimista Racional de Matt Ridley.


De forma provocativa e, às vezes, até agressiva, Ridley mostra uma visão otimista da humanidade.


O ser humano tem a tendência de dar muita atenção ao pessimismo. Segundo Ridley, é o que vende notícias e livros. Seja criticando os modelos econômicos, as políticas sociais e ambientais, sempre houveram pessimistas.


O mundo sempre está à beira de acabar, seja por falta de comida, superpopulação, falta de combustíveis ou efeito estufa. Mas, pasmem, ele nunca acabou como os profetas previram.


Apesar dos pesares, a qualidade de vida global melhorou muito ao longo do tempo. Obviamente, nem todos os problemas foram erradicados, mas as pessoas em sua maioria estão em condições muito melhores, vivendo em cidades urbanizadas com muito mais comodidade.


Tudo isso se deve a dois fatores críticos: Comércio de produtos e ideias e a divisão do trabalho (especialização).


Mostrando como esses dois fatores mudaram o curso das história em várias épocas para melhor e em algumas épocas para pior, ele faz você refletir muito a respeito das condições mundiais e muda a sua visão crítica sobre as notícias. Será que estamos ouvindo somente o lado pessimista das coisas?


Claro, vários problemas precisam ser resolvidos em escala global, mas para resolvê-los talvez precisamos ser mais otimistas, otimistas racionais.

Essas são as 5 escolhas do semestres. Espero que tenha se interessado por algum deles.


Se tiver outras recomendações, deixe nos comentários para que eu coloque na minha lista de desejos.


Compartilhe conhecimento e boas leituras.


 
 
 
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