“A psicologia dos erros de julgamento humano” Charlie Munger
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“A psicologia dos erros de julgamento humano” Charlie Munger

Uma das habilidades mais importantes, principalmente na era da informação, é ter a capacidade de fazer bons julgamentos. E uma das pessoas mais indicadas para ensinar isso é Charlie Munger.


Dirscurso Charlie Munger

O eterno parceiro de Warren Buffett foi um exemplo de como conseguir manter a mente funcionando até o final da vida. Faleceu ano passado (nov/2023) com 99 anos e ainda estava atuante nas decisões da empresa e muito são. Fez junto com Buffett a sua última reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway, respondendo perguntas e discutindo sobre as empresas investidas e a economia global.


Conhecido pelo seu bom julgamento e pelo conhecimento adquirido ao longo da vida, Munger deu um discurso famoso aos graduandos de Harvard em 1995 falando sobre os 25 erros de julgamento humano e depois revisou o discurso para o livro “Poor Charlie’s Almanack” de Peter Kaufman.


Basicamente, ele descreveu sobre economia comportamental antes da existência do termo economia comportamental. Inspirado pelo livro Influência de Robert Cialdini, ele fala brevemente dos vieses comportamentais, como eles atrapalham nossas decisões e como podemos criar antídotos para não cair nessas armadilhas mentais.


Veja o resumo visual de “A psicologia dos erros de julgamento humano” de Charlie Munger:


The Psychology of human misjudgment em português

 

Os 5 maiores insights


1. O poder dos incentivos


“Nunca, jamais, pense em outra coisa quando deveria estar pensando no poder dos incentivos.”- Charlie Munger

Uma das tendências mais fortes que temos como animais é a super resposta à incentivos, como já mostrado em vários experimentos, entre eles o famoso experimento com ratos de B.F. Skinner. 


Essa tendência ajudou os animais a sobreviverem ao longo dos anos, pois o incentivo leva a repetição de alguns comportamentos que resultaram em comida ou proteção.


Porém, no mundo moderno, onde temos comida abundante e relativa proteção, essa tendência acaba distorcendo alguns comportamentos.


Uma consequência é o viés causado por incentivos. O fato de haver um incentivo declarado, faz com que uma pessoa justifique seus atos (consciente ou inconscientemente), mesmo que esse ato seja imoral. Algumas pessoas, por exemplo, podem cometer fraudes contábeis com o intuito de melhorar os resultados da empresa e, consequentemente, aumentar o seu bônus. Ou um atleta utiliza substâncias ilegais para melhorar sua performance visando tirar vantagem e conseguir a vitória. Esse é o poder dos incentivos errados.


Por isso, é preciso ter cuidado quando for criar incentivos. Na maioria das vezes, eles alteram o julgamento e o comportamento das pessoas que estão sendo incentivadas. Pois tendemos a “jogar” com os incentivos, aprendendo a sua lógica e tentando tirar proveito das suas falhas para nos favorecer.


2. Tendência de evitar dúvidas


O cérebro humano tende a eliminar dúvidas, criando alguma lógica em busca de uma decisão.


No passado distante, quando nossa vida corria perigo quando encontrávamos algum animal selvagem, essa tendência era extremamente útil. Não tínhamos tempo para ficar pensando em uma estratégia de fuga ou um plano de contra ataque, precisávamos agir rápido, era literalmente uma questão de vida ou morte.


Porém, essa “herança” cognitiva ainda é forte. Não gostamos de ter dúvidas, tentamos encontrar padrões que nos ajudam a tomar decisões. Se vemos uma sequência de números aleatórios, procuramos a lógica da sequência (mesmo não existindo). Tentamos descobrir a fórmula que explica o mercado de ações ou os números da mega-sena (mesmo quando não existe).


Tentamos explicar eventos macroeconômicos com modelos simplificados tentando prever o futuro, mas só estamos saciando nosso desejo de eliminar a dúvida, mesmo que o modelo seja inútil em antecipar o futuro.


3. Tendência de evitar inconsistência


Da mesma forma que não gostamos de dúvidas, também não gostamos de mudanças ou inconsistências.


O cérebro humano tende a gostar do status-quo.


Talvez porque no início da nossa interação humana era mais fácil conseguir a cooperação de quem não mudava toda hora de opinião ou respondia com um comportamento diferente. A falta de padrão, acabava excluindo esses integrantes dos grupos, diminuindo sua chance de sobrevivência.


Um antídoto para essa tendência é fazer como Charles Darwin que treinava a si mesmo à considerar evidências que iam contra as suas hipóteses. Considerando fortemente aquelas que contrariavam as suas melhores hipóteses.


Ou seja, precisamos ficar atentos e treinar algo que é contra intuitivo para o nosso cérebro, que é questionar o status-quo. 


4. Tendência de reação errada ao contraste


Um viés importante de se ter em mente é que o nosso cérebro toma muitas decisões levando em consideração o contraste, ou seja, comparando duas ou mais coisas.


O caso mais clássico e importante é do vendedor de imóveis. Uma estratégia muito utilizada por eles (devido ao viés causado por incentivos), é mostrar primeiro aos compradores algumas casas bem ruins e com preços bem acima do normal, casas que eles não querem vender e sabem que será difícil vender. Depois eles mostram casas um pouco melhores com preços razoáveis.


O comprador não consegue tomar a decisão olhando a segunda casa isolada. Entra em cena o viés do contraste. Ele compara a segunda com a primeira, mais conservada e com um preço melhor, “Boa escolha”, diz o vendedor. O comprador não enxerga o “custo de oportunidade”, as outras casas em melhores condições com o preço parecido e é levado a comprar uma casa pior do que poderia, mas melhor entre as opções.


Tome cuidado com as suas escolhas, principalmente com as grandes, como a compra de uma casa.


5. Tendência Lollapalooza


Depois de conhecer as 24 tendências psicológicas mapeadas pela experiência de Charlie Munger, existe a tendência de que nenhuma tendência acontece de forma isolada e juntas, elas podem ser potencializadas, formando o efeito Lollapalooza.


A soma das tendências tende a ter efeitos não-lineares, agindo como um sistema complexo. Por isso, existe um gap na literatura que tenta explicar com experimentos alguns vieses de forma isolada, quando na vida real eles acontecem misturados.


 

Essas foram as 5 tendências que achei mais interessante, mas vale a pena entender cada um dos 25 vieses comportamentais.


Caso tenha te interessado, leia o livro “Poor Charlie 's Almanack” (infelizmente só me inglês), que possui entre esse discurso muitos outros que Charlie deu ao longo da vida ou veja o vídeo do discurso de Harvard.




 

E veja também 2 outros resumos sobre o assunto:


 

Esse resumo é para que você não esqueça dos principais pontos, leia o livro completo para conseguir capturar esses e muitos outros pontos.


Ler mais livros é compartilhar conhecimento.

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