Melbourne, nossa primeira semana na cidade. Fomos pela primeira vez visitar o centro e depois iríamos encontrar nossos amigos no Jardim Botânico de Victoria, um casal com um filho de 4 anos. O tempo estava fechando, com muito vento, o que quase atrapalhou o encontro, mas no final ele resolveu dar uma trégua.
Um lugar legal, cheio de árvores, um riozinho artificial para as crianças brincarem e um espaço com areia e um balanço.
Depois de alguns minutos com aquela timidez natural das crianças, nossos filhos começaram a interagir, vencendo a barreira da língua. Apesar do filho dos nossos amigos entender algumas palavras em português, a comunicação entre os dois era na base da mímica e da adivinhação.
Mais alguns minutos, os dois estavam no balanço e nosso filho gritando “faster! faster!” (mais rápido! mais rápido!). Aquela cena simples, mas como pais ficamos bem felizes. Algumas horas depois, os dois já estavam brincando de pega-pega como se fossem amigos de longa data.
Apesar de termos visitado lugares muito bonitos e legais, o que mais sentimos saudades são momentos como esses. Momentos que estávamos com amigos. Essas foram, sem dúvidas, as melhores lembranças da nossa viagem.
Começar o sabático com uma cidade onde tenha amigos é a melhor dica que podemos dar.
Não tínhamos ninguém para falar isso para nós, mas felizmente trocamos Toronto (onde não havia nenhum conhecido) por Melbourne.
Ao longo da viagem vamos aprendendo muita coisa, como se virar, os momentos de potencial estresse, a “Experiência do viajante” (falarei num próximo post).
Mas na primeira cidade você ainda não tem tanta segurança (praticamente nenhuma) mesmo tendo viajado de férias para vários lugares. Por isso, ter amigos por perto é extremamente aconselhável.
Primeiro porque é sempre bom ver uma cara conhecida em um lugar estranho. Você já está tenso de ter embarcado nessa aventura, cidade nova, casa nova, vida nova. Um pouco de informação conhecida faz bem para o cérebro (rs) e te dá um pouco de paz e segurança.
Segundo, eles irão explicar como funciona a cidade, os costumes, as regras, ajudar você a se localizar na cidade e indicar as melhores rotas de passeio. Os amigos são os melhores guias, de longe.
Além de tudo isso, a viagem em si fica muito mais divertida.
Desde encontros rápidos para almoçar ou brincar em algum parquinho, trocando ideias sobre como é viver na cidade, até passeios no zoológico, na praia, um descontraído churrasco na varanda ao som de um bom sertanejo ou um jantar feito a oito mãos com muitas risadas.
Esses momentos, com certeza, tornaram a nossa viagem muito mais especial. Ficamos muito felizes de ter encontrado todos eles e tristes por não ter encontrado as outras pessoas do resto da viagem.
Por isso, se for planejar a sua viagem, não esqueça do poder da conexão, como disse o grande filósofo Sêneca:
“Nenhuma coisa boa é agradável de possuir sem amigos para compartilhá-la”
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