top of page

Blog para compartilhar conhecimento, bons livros, reflexões e aprendizados

Conteúdo para quem procura ter uma vida mais produtiva, criativa e intencional

  • 11 de abr. de 2021
  • 2 min de leitura

Atualizado: 12 de abr. de 2021

Melbourne, nossa primeira semana na cidade. Fomos pela primeira vez visitar o centro e depois iríamos encontrar nossos amigos no Jardim Botânico de Victoria, um casal com um filho de 4 anos. O tempo estava fechando, com muito vento, o que quase atrapalhou o encontro, mas no final ele resolveu dar uma trégua.

Sabático - O poder da conexão

Um lugar legal, cheio de árvores, um riozinho artificial para as crianças brincarem e um espaço com areia e um balanço.


Depois de alguns minutos com aquela timidez natural das crianças, nossos filhos começaram a interagir, vencendo a barreira da língua. Apesar do filho dos nossos amigos entender algumas palavras em português, a comunicação entre os dois era na base da mímica e da adivinhação.


Mais alguns minutos, os dois estavam no balanço e nosso filho gritando “faster! faster!” (mais rápido! mais rápido!). Aquela cena simples, mas como pais ficamos bem felizes. Algumas horas depois, os dois já estavam brincando de pega-pega como se fossem amigos de longa data.

Sabático amigos

Apesar de termos visitado lugares muito bonitos e legais, o que mais sentimos saudades são momentos como esses. Momentos que estávamos com amigos. Essas foram, sem dúvidas, as melhores lembranças da nossa viagem.


Começar o sabático com uma cidade onde tenha amigos é a melhor dica que podemos dar.


Não tínhamos ninguém para falar isso para nós, mas felizmente trocamos Toronto (onde não havia nenhum conhecido) por Melbourne.


Ao longo da viagem vamos aprendendo muita coisa, como se virar, os momentos de potencial estresse, a “Experiência do viajante” (falarei num próximo post).


Mas na primeira cidade você ainda não tem tanta segurança (praticamente nenhuma) mesmo tendo viajado de férias para vários lugares. Por isso, ter amigos por perto é extremamente aconselhável.


Primeiro porque é sempre bom ver uma cara conhecida em um lugar estranho. Você já está tenso de ter embarcado nessa aventura, cidade nova, casa nova, vida nova. Um pouco de informação conhecida faz bem para o cérebro (rs) e te dá um pouco de paz e segurança.


Segundo, eles irão explicar como funciona a cidade, os costumes, as regras, ajudar você a se localizar na cidade e indicar as melhores rotas de passeio. Os amigos são os melhores guias, de longe.


Além de tudo isso, a viagem em si fica muito mais divertida.


Desde encontros rápidos para almoçar ou brincar em algum parquinho, trocando ideias sobre como é viver na cidade, até passeios no zoológico, na praia, um descontraído churrasco na varanda ao som de um bom sertanejo ou um jantar feito a oito mãos com muitas risadas.

Sabático com amigos

Esses momentos, com certeza, tornaram a nossa viagem muito mais especial. Ficamos muito felizes de ter encontrado todos eles e tristes por não ter encontrado as outras pessoas do resto da viagem.


Por isso, se for planejar a sua viagem, não esqueça do poder da conexão, como disse o grande filósofo Sêneca:

“Nenhuma coisa boa é agradável de possuir sem amigos para compartilhá-la”

Encontre todos os posts na ordem na página principal, clique aqui

 
 
 

Sêneca, Buddha e o que eu deveria ter falado naquele dia


Aquela reunião importante onde começa uma discussão e alguém faz uma pergunta que ninguém responde, aquele questionamento matador que pega todo mundo despreparado. Algumas horas ou dias depois você pensa na resposta e começa a reproduzir a cena com um pensamento “Eu podia ter falado isso”. E essa cena se repete várias vezes na sua cabeça.


Ansiedade improdutiva

Ou aquela lembrança da juventude onde você devia ter falado algo mais objetivo ou tomado uma ação com aquela pessoa que estava afim, mas na hora ficou somente o “silêncio desconfortável”. E você lembra disso até hoje e se acha bobo por não ter falado nada.


No final são todas lembranças eternas de coisas que poderiam ter acontecido, mas nunca aconteceram. Ficam nas nossas cabeças por anos numa montanha de pensamentos que só cresce. Até o dia que isso vira muito improdutivo.


Por muito tempo ficava remoendo esses pensamentos e procurei ler alguns livros atrás de respostas. Comecei a parar aos poucos com esse sofrimento. E se você também passa por isso, quero compartilhar algumas lições aprendidas.


Ansidade improdutiva e o pior conselho para um ansioso


Esse comportamento é claramente indício de ansiedade. Mas ansiedade ocorre em um espectro gigantesco e não pretendo falar de todos os níveis de ansiedade.


O que quero é ajudar nesse pequeno nível de ruminação de pensamentos, que acaba tirando um tempo precioso de muitas pessoas (Sim, você não está sozinho). O que estou chamando de ansiedade improdutiva.


Em “Cartas de um estoico”, o grande filósofo Sêneca aborda essa nossa improdutividade de forma direta:

“Sofremos mais na nossa imaginação do que com a nossa realidade”.
Ansiedade sofremos mais na nossa imaginação

Segundo os ensinamentos estóicos, devemos nos preocupar com as coisas que temos controle e o único momento que temos controle é o tempo presente. Não conseguiremos mudar o passado e não adianta antecipar o futuro (esse é outro ponto da ansiedade, o medo do futuro, que fica para outro post). Vamos focar no passado.


Ficar repensando infinitas vezes o passado é totalmente improdutivo, pois estamos apenas sofrendo com a nossa imaginação.


Mas sendo uma pessoa ansiosa sei que o pior conselho para uma pessoa ansiosa é “Deixe de ser ansiosa!”. Então, essa abordagem de Sêneca não ajuda muito, apesar de ser extremamente verdadeira.


Então, comecei a ler muito sobre o Budismo. Apesar de ter coisas bem profundas e muitas até difíceis de incorporar (ler “Dropping ashes on the Buddha” é quase uma viagem psicodélica rs), existe o conceito que é a base do Mindfulness que é “Awareness”.


Precisamos inventar uma tradução para "Awareness"


Awareness é uma das palavras mais poderosas para mim ultimamente e que não tem uma tradução muito boa para o português. Às vezes é traduzida como “Conhecimento”, outras como “Consciência”.

ansiedade e awareness

Na tradução da Cambrigde é “Ter conhecimento que algo existe ou entender a situação ou o tema no tempo presente baseado em informações ou experiência.”


Essa parte “no tempo presente” que falta na tradução para o português. Conhecimento e consciência não necessariamente acontecem no AGORA.


E o agora é que importa quando falamos de ansiedade.


Em “Mindfulness: A Practical Guide to Awakening”, o autor Joseph Goldstein fala de 4 tipos de mindfulness: do corpo, dos sentimentos, da mente e das experiências. Isso significa conseguir identificar quando alguma alteração ocorre nesses 4 lugares, estar “awareness” de tudo.


O primeiro passo para mudar é conseguir identificar no momento presente quando algo está acontecendo. Isso é muito louco e eficiente (após alguns treinos).


Ansiedade meditação

Preste atenção. Não estou falando para você parar de remoer esses pensamentos. Eles são inevitáveis.


Você sabe que a pior coisa que uma pessoa ansiosa pode fazer é tentar suprir a ansiedade. Tentar pensar que não está ansioso é a melhor forma de aumentar o efeito da ansiedade.


O que estou falando é para ter consciência de quando esse pensamento aparecer.


Prestar atenção no momento que ele aparece, quais são os sinais corporais que ele induz? Contração muscular, mãos frias? Quais são os sentimentos? Arrependimento, culpa? O que geralmente induz esse pensamento? Toda vez que você se sente burro, quando precisa organizar uma nova reunião?


Altere o foco e Let it go!


Esteja ciente desses efeitos. Sem julgamento. Sem reação. E, de novo, isso é muito louco! É conseguir falar para você mesmo “Está acontecendo! Lá vem a lembrança eterna.”

Anisedade Altere o foco e let it go

Somente com isso, o efeito do pensamento será menor. Isso acontece porque a parte do cérebro responsável pela consciência é a que silencia a ansiedade. Toda a ansiedade vem de quem? Do cérebro primata, claro! (já falei para você ler “CANSEI!”?).


Num segundo passo vem a capacidade de conseguir desligar o pensamento e aqui entra treino. O maior treino para isso é a meditação. E, agora, você vai entender porque meditação é o melhor remédio para pessoas ansiosas (ao contrário do que a maioria das pessoas ansiosas pensam).


A meditação não faz você esquecer o pensamento, ela te treina para ter consciência do pensamento e das alterações no corpo e na mente que o pensamento produz. Então, você simplesmente tira o foco e força o seu cérebro a desligar as reações.


Foca em outra coisa, na respiração, em outras reações do corpo, no canto dos pássaros. Qualquer coisa que não seja pensar na lembrança eterna irá te ajudar a esquecê-la.

Ansiedade aprenda a se livrar desses pensamentos

Com o tempo e com a prática, esse movimento será quase automático. Quase porque você não vai parar de pensar.


A lembrança continuará vindo, mas você sabe quando ela vem e quais as reações que ela produz. Agora você consegue fazer com que ela venha e vá embora de forma mais rápida.


Como diria qualquer criança viciada em Frozen você simplesmente “Let it go!”.


Vença essa batalha


Por muito tempo eu fiquei preso nesses pensamentos. É uma grande quantidade de tempo que passamos nos punindo por coisas que nunca irão acontecer de novo. Ultimamente, eles são extremamente raros.


Você pode continuar nessa espiral improdutiva.


Ou pode começar a ser mais intencional e produtivo, começando com a simples (mas não tão fácil) ação de ser mais “awareness” sobre as suas lembranças.


Ansiedade é um monstro com várias cabeças. Não tente matá-lo de uma vez. Aprenda a conviver com ele. Aprenda a silenciá-lo aos poucos.


Comece ajustando pequenas coisas, pois a batalha será mais fácil. Um passo de cada vez.


Comece diminuindo a ansiedade improdutiva, a ruminação de pensamentos passados, as lembranças eternas de situações que nunca aconteceram.


ree

Posts Relacionados:

Livros para os questionadores


Ler mais livros é compartilhar conhecimento.Se você curtiu, compartilhe a página com os seus amigos e siga-nos nas redes sociais (Instagram e YouTube)


 
 
 

Atualizado: 12 de abr. de 2021

Com o custo das passagens e o custo de moradia, falta apenas uma estimativa do custo de vida nas cidades. Com essas 3 variáveis é possível ter a estimativa macro da viagem dos sonhos.

Sabático Custo de Vida

Para estimar esses custos, encontramos um site muito interessante chamado NUMBEO (https://www.numbeo.com/cost-of-living/), nele é possível ter a estimativa de várias coisas, desde transporte, preço médio de restaurantes e das comidas no mercado até o preço para alugar um apartamento e o salário médio da cidade.


A partir daí, criamos uma planilha com uma espécie de “cesta básica” com os tipos e volumes do que consumimos aqui no Brasil e fizemos um DE-PARA do valor dessa cesta para todas as cidades escolhidas.


Com certeza, a cesta básica varia de lugar para lugar. Não iremos consumir tanta carne quando estivermos no Japão, por exemplo, onde o preço é cerca de 5x mais caro que no Brasil.


Mas as estimativas grosseiras foram bem assertivas no final. A estimativa em Melbourne, por exemplo, era de R$3.334 e acabou sendo de R$3.891. (Nas cotações da época) Em Auckland, na Nova Zelândia a diferença foi algo em torno de R$300.

Sabático Preço do mercado

Considerando uma possível inflação no período entre o planejamento e a viagem e a diferença na cotação (que foi bem diferente), as estimativas se mostraram bem úteis para o nosso controle financeiro.


Talvez a única falha foi a estimativa de quantas vezes iríamos comer em restaurantes. Nos Estados Unidos, por exemplo, onde ficamos em hotel, o custo de alimentação foi muito maior do que esperávamos.


Lembre-se também que em alguns países as pessoas dão gorjetas, como nos Estados Unidos. Isso aumenta um pouco o custo e geralmente nos esquecemos de colocar na conta.


Com esses dados, ficamos com uma tabela nesse formato:

Sabático Planilha Planejamento de custo

No nosso cálculo, o custo mensal médio foi R$ 3.026 por mês, o que correspondia a R$ 1.830 morando em São Paulo, com comida, transporte e entretenimento.


Se você for pensar que a nossa moeda não está valorizada, o custo em diversas cidades é relativamente mais baixo. Lisboa, por exemplo, tem um custo muito próximo (R$2.190 contra R$1830).


Mais uma vez, a reflexão de quanto custa morar e trabalhar no Brasil é muito válida.


Sabático Custo da cerveja

E, claro, respondendo a pergunta sobre cerveja. Melbourne está entre as cidades mais caras para se comprar uma cerveja local. Pesquisando no NUMBEO, entre as 527 cidades, Melbourne é a TOP 8 das cervejas mais caras (U$4,25 a latinha). Sendo a TOP 1, Doha, no Qatar (U$8,55). Para se ter ideia, São Paulo fica em 384°.


Sabendo agora o custo da cerveja, conseguimos ter os custos totais da viagem rs.


Passagens, Moradia e Custo de vida. Agora vem a parte mais difícil. Como arrumar o dinheiro para bancar essa brincadeira?

Planilha Sabático

Sabático Planejamento

Estou terminando a planilha com tudo que estamos falando no blog para disponibilizar DE GRAÇA para você.


Se você ainda não se cadastrou no mailing, clique AQUI e se cadastre para receber.

Encontre todos os posts na ordem na página principal, clique aqui

Posts Relacionados:

 
 
 
bottom of page