Como Criar Crianças Empreendedoras
- gelsontk 
- há 3 dias
- 3 min de leitura
Eu me preocupo com o futuro dos meus filhos, como todo pai e mãe. E sei que o mundo em que eles vão atuar será muito mais dinâmico que o nosso. Vão precisar mudar de profissão, se reinventar e aprender coisas novas várias vezes ao longo da vida.

Para isso, terão de desenvolver habilidades essenciais — especialmente se quiserem empreender.
Infelizmente, aprendemos muito pouco sobre empreendedorismo na escola e, na minha opinião, isso não irá mudar a ponto de ajudar os nossos filhos.
Nos últimos anos, conciliando a vida de pai com a jornada no empreendedorismo digital, uma pergunta não sai da minha cabeça:
Como desenvolver essas habilidades desde cedo?
Uma das formas que pensei — e o que tenho testado com meus filhos — é simples: Deixe as crianças entediadas.
O valor do tédio
Como pais, queremos que nossos filhos usem bem o tempo.Durante a semana, as agendas são cheias: escola, atividades, tarefas. No fim de semana, queremos que brinquem, saiam ao ar livre, ajudem em casa.
Mas, como empreendedor e artista, aprendi que uma das habilidades mais importantes é saber lidar com o tédio.
O tédio provoca dois efeitos poderosos:
1. Ele estimula o pensamento criativo.
Ficar em silêncio, sozinho, com os próprios pensamentos é um exercício muito poderoso. Esses momentos de pausa são férteis para ideias e insights.
Não só crianças, mas muitos adultos não conseguem ficar sozinhos com a própria mente, pois nunca foram treinados para isso.
Como disse Blaise Pascal: “Toda a infelicidade dos homens provém de uma única coisa: não saberem permanecer em repouso num quarto.”
2. Ele ensina a agir sem ordens.
As crianças estão acostumadas a receber instruções: faça a lição, arrume o quarto, coma, durma, jogue bola. Por isso, adoram tanto assistir TV — é o único momento em que não precisam pensar no que fazer.
Coloque uma criança sem TV em um quarto cheio de brinquedos e ela provavelmente vai dizer: “Não sei o que fazer.”
No mundo corporativo, é parecido. Há sempre alguém dizendo o que precisa ser feito — relatórios, reuniões, ajustes. A maioria se torna excelente em executar ordens.
Mas empreender é o oposto.Não existe chefe dizendo o que fazer. Você precisa pensar por conta própria, decidir o próximo passo, criar algo do nada.
Essa habilidade se torna essencial: fazer quando não há nada para fazer.
Um exemplo prático
Meu filho mais novo, de 5 anos, tem acordado às 5h30. Tenho o sono leve e, quando o ouço sair do quarto, já acordo também.
Antes, eu levantava e ficava com ele na sala. Por sono ou conveniência, ligava a TV para mantê-lo quieto.
Hoje, faço diferente. Fico no quarto, ouvindo à distância para garantir que está tudo bem, mas deixo ele se virar. Na noite anterior, preparo alguns brinquedos e deixo que ele escolha o que fazer.
No começo, ele não gostava e ia ao quarto nos acordar. Mas, aos poucos, começou a montar castelos com blocos magnéticos, desenhar e brincar com carrinhos. Aprendeu a ficar sozinho — às vezes, por mais de uma hora.
Esse é o poder do tédio. Ele força a criança a inventar, explorar, criar.
O papel dos pais
No início, é difícil. As crianças vão reclamar, pedir companhia, insistir para alguém brincar junto. Mas precisamos resistir ao impulso de resolver o tédio por elas.
Se queremos desenvolver nelas o espírito empreendedor, temos de permitir que enfrentem o vazio — e aprendam a preenchê-lo.
O bônus? Depois que aprendem a brincar sozinhas, ganhamos um tempo precioso de sossego.
E, mais importante:
Elas ganham algo que nem toda escola ensina: autonomia, criatividade e iniciativa.
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