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  • 21 de abr. de 2021
  • 4 min de leitura

O primata e nossa capacidade de julgar

Todos nós temos os nossos próprios defeitos e estamos longes de sermos perfeitos, mas com as condições que temos, seja financeira ou pelo nível de habilidade e conhecimento adquirido, nós tentamos sempre fazer o melhor que podemos.

Sobre julgar as pessoas

Sempre estamos procurando ser mais sábios, mais capazes, mais satisfeitos e mais felizes.


Fazendo essa pergunta “Você acha que você dá o seu melhor diariamente?” a resposta é quase que unânime: "Sim!". Algumas pessoas pensam um pouco, pois como falei, temos os nossos pontos fracos.


Com certeza, em algumas áreas da vida (profissional, amorosa, familiar) você não esteja tão satisfeito com a sua performance, mas no geral, damos o nosso melhor. Praticamente 100% das pessoas irá concordar com isso.


Porém, quando pergunto “Você acha que as outras pessoas dão o seu melhor diariamente?”. Adivinha a resposta.


No livro “Mais forte do que nunca”, a escritora e pesquisadora Brené Brown diz que metade das pessoas não acredita que as pessoas dão o seu melhor todos os dias. Na minha pesquisa (sem nenhum critério científico, apenas por curiosidade), essa taxa foi muito maior.


Como é que 100% das pessoas acham que fazem o seu melhor, mas menos da metade das “outras pessoas” não fazem?


A resposta da primeira pergunta sobre você mesmo exige um certo tempo de reflexão. Da segunda, é um “Claro que não!” imediato, como se fosse um reflexo instintivo. Porque ele é. Adivinha quem está por trás dessa resposta? O cérebro primata, meus amigos.


E o que nos leva a ter essa diferença de percepção? A nossa capacidade de julgar as pessoas.


A capacidade de fazer julgamentos nos ajudou a evoluirmos como espécie, através dele fomos capazes de nos protegermos contra possíveis ameaças, sejam outros animais ou outros humanos. Ao julgar, facilitamos a decisão se devemos ou não confiar em determinada pessoa.


Desde pequenos aprendemos a julgar. Aquela criança é malvada, melhor ficar longe. Aquela criança é legal, talvez eu devesse ganhar a confiança dela. Fora as conversas que as crianças escutam dos pais julgando outras pessoas.


A resposta que estávamos procurando


Mas qual o problema? Acredito mesmo que eu dou o meu melhor e algumas pessoas são preguiçosas ou não estão nem aí para nada.

Assumir que todos fazem o melhor que podem

O grande problema é a falta de empatia que existe. Ao julgar uma pessoa, você muda o seu comportamento em relação a ela e se você acha que ela não faz o melhor, nunca terá empatia suficiente para entendê-la.


Como disse Don Miguel Ruiz em seu livro “Os 4 compromissos”:

“Toda a tristeza e drama que você tem vivido na sua vida é causado por fazer suposições e levar as coisas para o lado pessoal.”

Se quisermos ter uma vida mais plena, precisamos aprender a parar de julgar. Fazer suposições de que a pessoa não está interessada ou não faz o seu melhor só nos leva à tristeza.


Na sua pesquisa, Brené Brown fez essa pergunta para o seu marido: “As pessoas fazem o melhor que elas podem?”. Ele pensou e respondeu “Eu não sei a resposta, mas a minha vida é melhor quando eu assumo que sim.”


Talvez essa seja a resposta que estávamos procurando.


Em algumas situações, as pessoas podem mesmo estar atuando abaixo das expectativas, todos temos limitações e sabemos como é difícil equilibrar todas as áreas da nossa vida, conseguir deixar todos os pratos girando.


A pessoa pode estar passando por um momento difícil, tomando decisões ruins porque está focando a energia para resolver um problema muito maior.


Por isso, em algum momento pode realmente parecer que as pessoas não fazem o seu melhor.

Mas assumir que alguém não faz o melhor é eliminar toda a complexidade da vida por trás de um ação ou uma decisão.

Controle-se! Sem julgamentos


A grande verdade é que é mais fácil julgar. O cérebro primata sempre procura o mais fácil.

Sem julgamentos

A pessoa não é interessada. A pessoa não pensa no futuro. A pessoa não busca se desenvolver. A pessoa não tem coragem. Tudo isso é fácil, porém simplista e errado.


Mude a sua perspectiva em relação às outras pessoas. Essa forma mais otimista de ver a vida fará você ter mais empatia e, consequentemente, ter uma vida mais plena.


Uma forma de fazer isso é estar “Awareness” (leia o post Ansiedade Improdutiva) dos seus pensamentos. Toda vez que pensar sobre as atitudes ou comportamentos de uma pessoa, conseguir parar e refletir se aqueles pensamentos são julgamentos ou fatos.


A pessoa estar com dificuldades financeiras é um fato. A pessoa não estar preocupada em aprender a gerenciar as finanças é um julgamento. A pessoa não ter entregue o projeto na qualidade esperada é um fato. A pessoa não está motivada a aprender é um julgamento.


Aprenda a diferenciar quando está julgando. É o primeiro passo para conseguir parar de julgar. Não é nada fácil, mas é totalmente necessário.


Não deixe o primata assumir o controle e tenha uma vida mais intencional.


Sem julgamentos.


Seja intencional

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  • 18 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Aeroporto de Honolulu, após 10 horas de voo chegamos acabados. Do avião até o saguão ainda precisamos pegar uma fila para o ônibus interno, passar pela imigração e pegar as nossas malas. O processo inteiro leva mais de uma hora.

Sabático Experiência do Viajante

Saindo, ainda era 10h da manhã e nosso check in no Airbnb estava marcado para 15h. Ficamos um tempo no aeroporto para dar o horário, aproveitamos que tinha um Starbucks para tomar um café. Se estava cansativo para nós, imagine para uma criança de 3 anos. Impaciência e irritação já começam a dar sinais.


Uma hora depois, resolvemos ir para a cidade, almoçar e ver se conseguimos negociar uma entrada mais cedo. Fomos tentar pegar o ônibus público. Estamos numa ilha, não deveria ser difícil se encontrar, já havia estudado o mapa.


Meia hora esperando o ônibus, estamos no ponto errado. Saímos correndo e quando chegamos, o motorista nos avisou que não poderíamos embarcar com malas no ônibus. Droga! Não havíamos pensado nisso.


Voltamos para o aeroporto para tentar achar algum transporte e encontramos uma van que levava até os principais hotéis da cidade. Vamos nessa!


Almoçamos e sem celular não conseguimos ver a resposta do Airbnb se era possível entrar antes. Tudo que queríamos era tomar um banho e cair na cama. Só restavam mais duas horas.


The Traveller Experience


Olhando o sabático, esses dias de viagens eram definitivamente os mais estressantes. Diferente de férias onde você faz todo esse processo apenas uma vez e acaba relevando o estresse, numa viagem como essa você precisa repetir todos os meses e se torna bem cansativo.

Sabático Traveller Experience

Com o tempo, você vai identificando coisas que podem melhorar, desde fazer as malas mais rápido até a melhorar a estratégia para escolher a moradia. Analisando agora, após ter terminado a viagem iremos até sugerir algo que pode diminuir muito o estresse, mas primeiro vamos entender toda essa jornada, o que eu estou chamando de Experiência do Viajante ou Traveller Experience (TX).


Uma jornada de 12 passos que irá se repetir toda vez que for mudar de cidade:


Traveller Experience Framework

Com essas etapas, conseguimos simplificar a experiência do viajante e podemos identificar os momentos mais críticos dessa jornada.


Separamos em 3 níveis de situações:


  1. Evite o estresse: São situações onde podemos ter algum tipo de problema, seja porque precisamos tomar uma decisão de compra ou porque dependemos de alguém.

  2. Fique atento: São situações onde você consegue se preparar previamente, mas sempre esquece.

  3. Otimize: São situações onde você irá aprender a cada ciclo como fazer melhor. Importante ficar atento para identificar pontos de melhoria.


A jornada com esses pontos identificados fica assim:

Sabático Momentos de estresse

Minimizando o estresse


Olhando dessa forma é fácil de ver como esses dias são estressantes. Vários momentos de decisões acumulados num curto período de tempo. Situações onde muita coisa pode dar errado.


É comprovado que quanto mais decisões tomamos ao longo do dia, pior elas vão ficando.


Como um tanque de gasolina, nossa energia vai diminuindo e a chance de ficarmos irritados vai aumentando. Portanto, não é difícil que no final desses dias você esteja mais inclinado a dar broncas no seu filho ou ficar de mal humor com a sua esposa (ou o inverso).


O objetivo principal é minimizar ao máximo o estresse. O período sabático é tempo para relaxar e aproveitar a família. Quanto menos atrito tiver, mais fácil será a convivência e melhor será a experiência da viagem.


Por isso, nos próximos posts iremos focar em algumas etapas para que a sua viagem não tenha surpresas desagradáveis e você foque a sua energia no que importa.


Sabático Aproveite a experiência

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  • 14 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Nós adoramos histórias de detetives, desde novelas como Vale Tudo, que parou o país no capítulo final para saber quem matou Odete Roitman em 1988 ou com o final de A próxima vítima em 1995. Até as clássicas histórias de Sherlock Holmes.

Gestor detetive - Quem é o culpado?

Essas histórias conseguem nos prender talvez pela curiosidade do desfecho e o senso de justiça, mas elas nos fazem pensar de uma forma errada sobre a vida: que sempre existe um culpado.


Algumas pessoas levam isso tão a sério que quando vão para o mercado de trabalho viram o gestor detetive. Aquele que vive achando culpados.


Todos nós conhecemos esse perfil. No momento em que ele recebe um novo projeto, a primeira coisa que ele faz é descobrir quem ele pode culpar caso o projeto dê errado.


Será que posso culpar a TI? O sistema que não ajuda? A outra área que não colabora? A falta de controle do processo? O meu superior que só quer saber de status e não me deixa trabalhar? Ou melhor, a incompetência da minha equipe (Ah se eu tivesse uma equipe melhor)? Quem será que matou Odete Roitman?


Esse gestor já tem uma lista de prioridades para escolher, por isso ele adora projetos semelhantes, porque ele já sabe quais problemas vão dar e quem ele pode culpar. “Sempre foi feito assim”, “Eu falei que ia dar errado”.


Claro que antes de se tornar gestor, essa pessoa foi um funcionário com a mesma mentalidade. Sempre achando culpados para o fracasso e sempre se tornando vítima das circunstâncias. Afinal o mundo conspira contra ela (#sqn).


O grande problema com esse tipo de mentalidade é que você começa a acreditar nessas besteiras. Não consigo uma promoção porque a outra área não coopera. Não consigo porque meu chefe não me valoriza. Não consigo porque minha equipe não performa.


E, no final, você não consegue mesmo porque acredita que não pode mudar nada.


Se tudo depende de outras pessoas (e não de você), que tipo de esforço você seria capaz de fazer? Melhor fechar a cara e culpar a injustiça do mundo (essa conspiração maldita).


Acorde! O mundo não conspira contra você! Na verdade, ele não está nem aí para você.


Gestor detetive Responsabilidade Extrema

No livro “Responsabilidade Extrema”, o ex-oficial da marinha Jocko Willink explica como mudar a sua mentalidade para a Responsabilidade Extrema, ou seja, pensar (e acreditar) que você é responsável por tudo à sua volta, não adianta culpar ninguém.


No meio do campo de batalha, na guerra do Iraque, não adianta culpar uma outra equipe por não ter seguido o plano, ou o seu superior que pede um ppt gigantesco (sim, eles também perdiam horas fazendo PPT, pare de reclamar do seu). Se algo der errado, todo mundo sofre e no caso deles, alguém pode morrer.


Mais fácil falar do que fazer. Como é isso na prática?


O interessante é que após a guerra, o autor virou consultor de estratégia de liderança para grandes empresas e ajuda a aplicar a “Responsabilidade Extrema” e conta vários cases do mundo corporativo no livro.

Responsabilidade Extrema nos negócios

A Responsabilidade Extrema te leva a refletir de forma empática sobre o porquê as coisas não funcionam. Em vez de reclamar da falta de cooperação de outra equipe, você precisa pensar o que aconteceu de fato. Foi falta de confiança? Foi falta de comunicação? Ninguém acorda querendo ferrar um projeto da empresa que trabalha (se sim, também é um erro de liderança).


Ou um caso muito comum é o microgerenciamento dos superiores. Jocko e a sua equipe reclamavam que no meio da guerra precisavam fazer PPT detalhados (e bonitos) para os seus superiores.


Mas com a Responsabilidade Extrema, Jocko convenceu seu time que isso acontecia porque os superiores não tinham segurança para tomar decisões estando tão longe do campo de batalha e junto com o time eles pensaram em como simplificar a estratégia comunicada, identificando o que eles iriam fazer (em vez de perguntar o que deveriam fazer) e quais os riscos que eles estavam assumindo.


O microgerenciamento nada mais é do que a falta de confiança. Coloque-se no lugar do seu chefe, você acha que ele sente prazer em micro gerenciar? Ou ele iria preferir dar uma missão na sua mão e focar em resolver os problemas dele? Acredite, o seu chefe também tem os próprios pepinos para resolver além de te cobrar.


Em resumo, pare de mimimi e de achar que o mundo está contra você. Assuma responsabilidade sobre tudo que está ao seu redor, no limite a comunicação e a construção da confiança estão sob sua responsabilidade.


Pare de achar culpados para os seus problemas, ninguém quer um Xeroqui Romes na equipe, muito menos como chefe.

Ninguém quer um gestor detetive

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