Fomos condicionados a pensar que a vida, principalmente no mundo corporativo, é uma competição. Fazemos várias analogias e ppts com imagens motivadoras de esportes, medalhas, pódio. As empresas querem ser as melhores, querem ganhar dos concorrentes nessa corrida.
Mas e se em todo esse tempo, descobríssemos que estamos jogando o jogo errado?
No seu livro “Jogos Finitos e Infinitos”, o professor James P. Carse diferencia esses dois tipos de jogos, um onde as regras são bem claras e o objetivo final é compartilhado entre os participantes e o outro, o jogo infinito, não tem um vencedor, o objetivo único é continuar no jogo e perpetuar o jogo. Com esses conceitos em mente, Simon Sinek no seu livro “O jogo Infinito” mostra como o pensamento finito pode ser o motivo do fracasso de várias empresas e os sinais ficam óbvios de se analisarem.
Um episódio que deixou muito claro essa diferença foi quando Simon Sinek foi palestrar na Microsoft, onde ele viu como todos na empresa estavam empenhados em bater a Apple e como eles haviam trabalhado para tornar o Zune um sucesso maior que o iPod.
Logo em seguida, na Apple ele comentou que havia testado o Zune e que realmente era melhor que o iPod e a resposta de um dos diretores da Apple foi: “Muito provavelmente ele é melhor mesmo”.
Isso mostrava a diferença de mentalidade entre as duas empresas. A Microsoft jogava o jogo Finito, tem um adversário claro e tinha como objetivo ganhar em vendas desse seu concorrente. Já a Apple pensava com a mentalidade infinita, não tem um fim, ela queria sempre inovar para continuar no jogo.
E isso faz toda a diferença porque a mentalidae define a cultura da empresa.
“A cultura come a estratégia no café da manhã” - Peter Drucker
Casos como o da Kodak e da Xerox, mostram como ser líder de um produto e se agarrar a esse pensamento podem levar gigantes à falência. Como eles ganharam a corrida dos concorrentes, não encontram motivos para se reinventarem. A Kodak chegou a inventar a câmera digital, mas a cultura da empresa impediu que fosse dada a devida atenção ao projeto.
A grande maioria das empresas hoje ainda estão com a cabeça no jogo finito, basta ver como a missão da Garmin, que era: “Seremos o líder global em todo mercado em que servirmos, e nossos produtos serão procurados devido a seu design atraente, sua qualidade superior e seu maior valor agregado.” se assemelha muito com a de diversas empresas, muito provavelmente com a da sua.
No jogo finito, o foco sempre é no curto prazo, nos resultados financeiros, nas altas, nas vendas. No jogo infinito, o foco é no longo prazo, no relacionamento com os clientes, com os fornecedores e com a sociedade, o resultado faz parte do jogo, mas não é o foco principal, porque sem os outros elementos é impossível continuar no jogo por muito tempo.
"Um negócio que nada faz além de ganhar dinheiro é um péssimo negócio." - Henry Ford
Por isso, implementar temas como Experiência do cliente é tão desafiador em algumas empresas, decidir entre relacionamento e receita depende da mentalidade finita ou infinita dos tomadores de decisão.
Será que a Apple, retirando os acessórios do iphone 12 começou a entrar no jogo finito? Ou está se preparando para uma nova disrupção?
No nível pessoal, não temos ainda uma forma de continuar no jogo infinitamente, mas a mentalidade finita se desperta na forma de ego. Quando suas metas estão atreladas a ser melhor do que alguém, ou ter mais coisas do que alguém, a sua felicidade está fadada ao fracasso. Pode ser útil para te motivar a chegar ao objetivo final, mas assim que conseguir você perderá o seu norte ou irá parar de se reinventar.
"Viver nossa vida com mentalidade infinita significa que somos movidos a fazer avançar uma Causa que é maior que nós mesmos" - Simon Sinek
Questione-se se a sua empresa tem um prazo de validade. Questione-se se você está contribuindo com essa mentalidade finita. Questione-se se você tem objetivos finitos.
E pare de jogar o jogo errado!
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Ler mais livros é compartilhar conhecimento.
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